sábado, 12 de janeiro de 2008

Porto, cidade minha



Cada vez que calcorreio as ruas do Porto, sinto que conquisto mais um pedaço da minha cidade. Estimula-me e intriga-me saber que já faz uns aninhos desde que começei a andar e a adquirir o sentido de orientação e ainda, repito, ainda não descobri o Porto por si só como um Todo.
Há sempre um lugar, uma paisagem, uma sensação que me escapa. O que é bom, visto que ganho sempre o ânimo para ir visitá-lo uma, duas ou três vezes, ou até, - recorrendo à matemática- " + oo" de vezes.
Mas como não quero tornar este blog demasiado pessoal, deixo um tributo à Cidade do Porto, por Teixeira de Pascoaes (poeta do início do séc. XX):

Porto da minha infância!
A primeira impressão que me causaste
Tenho-a, cheia de espanto, na memória,
Cheia de bruma e de granito!
É uma impressão de inverno,
Sombra cinzenta, enorme, donde irrompe
Alto cipreste empedernido,
No meio de sepulcros habitados.


PIM!,
AR
P.S. A foto não foi retirada do Google Images, apenas pela minha máquina digital. :)

2 comentários:

Anônimo disse...

O Porto é liiiiiiiiiindo! É inspirador de gente e faz poesia nas almas da sua gente.

Anônimo disse...

Eugénio de Andrade, meu poeta de eleição, escreveu este belíssimo poema sobre o Porto:

Canção Breve

Tudo me prende à terra onde me dei:
o rio subitamente adolescente,
a luz tropeçando nas esquinas,
as areias onde ardi impaciente.

Tudo me prende do mesmo triste amor
que há em saber que a vida pouco dura,
e nela ponho a esperança e o calor
de uns dedos com resto de ternura.

Dizem que há outros céus e outras luas
e outros olhos densos de alegria,
mas eu sou destas casas, destas ruas
deste amor a escorrer melancolia.